Acadêmicos do Vale do Sol
Grêmio Recreativo Cultural e Social

A história que originou o novo enredo

Leia a pesquisa histórica realizada por Chicão e Sahra Brandão para a composição do enredo do Carnaval 2010, com o tema “Exaltação de uma cidade”. O texto resgata a origem do nome de Araraquara e sua relação com as culturas que constituíram a identidade local.

Enredo: “Araraquara – um nome, uma cidade, um hino de amor!…”

A identificação lírica da Cidade através de nosso Amor por ela é a intenção deste Enredo. Partindo da composição e de algumas das interpretações do significado do nome ARARAQUARA (embora D.Pedro II traduzisse em “Morada do Sol”) pesquisando em diversas fontes, percebemos que a beleza de nosso Chão inicia-se mesmo na riqueza dessa palavra. Na etimologia Nheengatu (tronco lingüístico Tupi Guarani),  as inflexões fonéticas e ligações é que determinam o significato das palavras isoladamente ou nas frases; assim, ARA ou ARÁ (tempo, dia, papagaio, ave pequena), ARARA (papagaio, dia, longo) QUARA (buraco, esconderijo, CO (este, isto, esta), COARACI (Sol, cuja irmã e esposa é JACI, a Lua).

O nome ARARAQUARA, portanto, tem significado amplo, rico, versátil e permite alusão a lendas derivadas da teogonia Tupi…tal qual o Sol primordial dourando com seus raios os lindos campos da região… Onde nativos (as tribos que habitavam os extensos Campos de Aracoara…), ladinos (africanos e afro descendentes que se evadiram da condição de escravo), migrantes (garimpeiros, bandeirantes, mascates portugueses e miscigenados) e imigrantes (já no século XX) tecem a história da Cidade sob suas Matrizes, Padroeiros, Padroeiras e Proteção (São Bento, Nossa Senhora do Carmo, Santa Cruz…). A visita do Imperador D.Pedro II, em 6 de novembro de 1886, que se encanta com nossas Paisagens… E fazendas (essenciais – gado, cana, café, cítricos no solo abençoado de onde verteu o ouro mineral e verte hoje o ouro da água mais pura do Estado), trilhos (da ferrovia que levou o progresso e dacolá, personificada na velha Estação que recepcionou D.Pedro II), aparição e crescimento das vilas nesse caleidoscópio mágico da produção e exaltação da Vida.

Todos os personagens registrados ou não nos anais, mas, sobretudo na memória da cidade, são igualmente expressivos, no entanto, houvemos por bem aludir a dois de seus filhos ilustres através de suas obras: – Mário de Andrade e Ignácio de Loyola Brandão (vemos neste Enredo, que embora tenha caráter, um pouco de…Macunaima). A Cultura, para nossa cidade expressa no brilho do Sol do Pavilhão (Bandeira) de Araraquara e também no de nossa Agremiação, G.R.S.C. Acadêmicos do Vale do Sol…

Finalizando e obedecendo a uma cronologia lírica chegamos à apoteose, o presente: Araraquara das indústrias, do comércio fértil, dos clubes, das universidades, da Festa do Carmo… miríade de conquistas e construções no progresso da Cidade consolidada, sobretudo, através de seu Povo que – qual um Vale descortinado pelo Astro-Rei símbolo e realidade – declara incondicionalmente com a VALE DO SOL (ALTIOR ALTÍSSIMO SEMPRE…): ARARAQUARA, EU TE AMO TANTO!!!…

(Por que tanto Sol, tanto brilho? Ora, sabemos que sem o Astro primordial sequer existiria vida neste Planeta… “PODISCRÊ!…”)

Julho/2009